Como evitar erros comuns na produção de áudio?

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Não se deixe abater por equívocos generalizados sobre áudio. O professor e instrutor de produção musical com certificação para Ableton DUSTIN RAGLAND desmascara alguns mitos comuns e oferece caminhos para aprender com eles.

Jovens engenheiros de som, músicos e produtores estão aprendendo a ser artistas técnicos em um campo em constante movimento e fragmentação. Considerando que meus primeiros erros estiveram provavelmente contidos em uma sessão de estúdio ou em um show que quase ninguém viu, meus alunos falham constantemente com alta visibilidade, tocada repetidamente em um loop numa era digital que nunca esquece. 

Meu objetivo como músico e educador é incentivá-los em meio a esses erros, e não deixar esses erros para trás, para que possam se tornar melhores profissionais de áudio.

Mesmo assim, é fácil se distrair e deixar a sua produção sair dos trilhos simplesmente fazendo o que todo mundo faz. Seguem alguns erros que devem ser evitados:

 

Mito 1: A saturação analógica é sempre certa para sinais digitais. 

Equipamentos analógicos e plugins que emulam equipamentos analógicos são usados frequentemente com a pressuposição de que seus circuitos estão lá para serem ajustados até os pontos de saturação. O que não acompanha esse processo é uma compreensão dos resultados musicais dessas não linearidades: o acréscimo de harmônicos complexos ao sinal original que podem se tornar inarmônicos ou dissonantes; a desaceleração de transientes pode não ser adequada em um arranjo com características percussivas densas. 

 

Mito 2: O processo de produção é mais importante que o resultado.  

Jovens engenheiros de som têm hoje acesso imediato a valiosas técnicas de produtores renomados e emergentes por meio de fontes na internet. Mas a percepção constante pelas mídias sociais sobre como todo mundo parece ser tão produtivo pode fazer a pessoa pular algumas etapas de gravação e design de som.  Ou, por outro lado, isso pode colocar você em um impasse porque um projeto precisa ser mais inovador ou obscuro que o já realizado por outra pessoa, sem levar em consideração o contexto musical ou a visão do artista.

 

Mito 3: Todo som de uma música pode ocupar todo o espaço que quiser. 

Quando instrumentos eletrônicos sintetizados são inseridos ou formam toda uma produção, instâncias individuais do estéreo podem ocupar uma quantidade massiva de espaço sonoro em matéria de frequência e dinâmica. O mascaramento temporal e de frequências pode ocorrer facilmente entre trilhas, fazendo com que faders sejam levantados, os sons se aglomerem e os arranjos se tornem sufocantes e estáticos. 

 

Mito 4: A linguagem e as tradições das gerações anteriores devem ser recebidas sem crítica.

Em meio aos termos da tecnologia musical como “digital/real”, “amador/profissional” ou “produtor/criador de loops”, jovens músicos enfrentam um mundo de linguagem que os define antes que tenham a chance de escolher seus próprios caminhos. Depende de todos nós incentivar mais tradições criativas e inovadoras de engenharia de áudio.

Como diz o produtor e engenheiro Ebonie Smith: “Na maior parte do tempo, eu aprendo e obtenho muito mais sendo incomodado do que conseguindo tudo o que quero na mesma hora”. 

Essa é uma mentalidade essencial, e espero incorporar e ensinar a todo estudante de música e som: ouça os erros de alguém como o primeiro de muitos atos de ouvir em uma vida musical.

Dustin Ragland é professor de período integral na Academia de Música Contemporânea da Universidade de Oklahoma. 

Texto e imagens: Dustin Ragland

Este artigo foi publicado originalmente na edição impressa de LOUDER Music Makers.